quarta-feira, 27 de junho de 2012

A lição do Boca Juniors


Na virada para o século XXI, os clubes europeus estavam ainda mais ricos e o fluxo de jogadores para a Europa era ainda maior que o vivenciado uma década antes, e isto não impediu que o Boca Juniors conseguisse construir sua própria Era de Ouro. Entre 2000 e 2007, em oito edições da Taça Libertadores da América, o clube foi quatro vezes campeão.

Em 2000, o Boca foi campeão sul-americano jogando com Oscar Córdoba, Ibarra, Bermúdez, Walter Samuel e Arruabarrena; Traverso, Battaglia, Riquelme e Gustavo Schelotto; Guillermo Schelotto e Martin Palermo.

No ano seguinte, faturou o bicampeonato com a mesma base, tendo perdido apenas Samuel, Arruabarrena e Palermo. Em seus lugares estavam Burdisso, Clemente Rodríguez e Marcelo Delgado.

Em 2003, voltou a vencer a Libertadores (o terceiro título em quatro anos), e muitos dos que compunham o time bicampeão ainda estavam por lá. O Boca Juniors, neste ano, jogava com a seguinte formação: Abbondanzieri, Ibarra, Schiavi, Burdisso e Clemente Rodríguez; Battaglia, Cascini, Javier Villarreal e Diego Cagna; Marcelo Delgado e Carlos Tévez. Tinha, portanto, seis jogadores que haviam participado da campanha do bicampeonato: Ibarra, Burdisso, Rodríguez, Battaglia, Villarreal e Delgado.

O capital europeu levou do clube nomes de peso, como Walter Samuel, Juan Roman Riquelme e Martin Palermo, todos transferidos para equipes de ponta do cenário mundial, mas conservou-se uma base que manteve o futebol do clube muito forte. Nas três edições seguintes da Taça Libertadores, o clube ficou sem o título. Mas, em 2004, esteve presente na final, quando foi derrotado pelo Once Caldas, da Colômbia. A base campeã em 2003 ainda faturou o bicampeonato da Copa Sul-Americana em 2004/05. O fracasso na final de 2004 não impediu a continuidade do trabalho. A organização do clube e as escolhas feitas neste período permitiram que o Boca voltasse a ser campeão sul-americano em 2007, e tendo no time uma base com muitos jogadores que haviam participado das conquistas de 2000, 2001 e 2003.

À revelia do fortíssimo assédio dos clubes europeus, venceu o trabalho bem-feito e as escolhas equilibradas e acertadas. O time que atropelou o Grêmio e foi campeão, vencendo os dois jogos da finalíssima em 2007, jogava com: Caranta, Ibarra, Daniel Díaz, Cláudio Rodríguez e Clemente Rodríguez; Battaglia, Banega, Neri Cardozo e Riquelme; Rodrigo Palacio e Martin Palermo. Eram, portanto, nada menos do que cinco jogadores da base campeã nos outros anos: Ibarra, Clemente Rodríguez, Battaglia, Riquelme e Palermo.

Isto comprova o quão boa era a continuidade no trabalho de montagem de uma equipe no clube e demonstra como os resultados não se deram por acaso. São lições como esta que indicam a diferença, muitas vezes tênue, entre o sucesso e o fracasso, entre a ribeira e a glória". (A NAÇÃO, pgs. 172-173)


O Boca Juniors chegou à final da Libertadores pela 10ª vez em sua história, desta vez contra o Corinthians.

Foi campeão em 1977 sobre o Cruzeiro, em 1978 sobre o Deportivo Cali, em 2000 sobre o Palmeiras, em 2001 sobre o Cruz Azul, em 2003 sobre o Santos e em 2007 sobre o Grêmio. 6 vezes campeão, 4 delas sobre brasileiros.

Foi três vezes vice-campeão: perdeu em 1963 para o Santos, em 1979 para o Olimpia e em 2004 para o Once Caldas.

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