quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Irá o fundo de investimentos V3 resolver as coisas no Flamengo?


A Diretoria "Chapa Azul" do Flamengo está em processo avançado para a criação da V3 Investimentos (3Vs de "Vencer, vencer, vencer"), fundo de investimentos que cuidará especificamente de investir em jogadores para jogar no Flamengo.

O clube chega um tanto atrasado neste mercado, já que em São Paulo é natural já há algum tempo a relação entre clubes e fundos desta natureza.

As pretensões são ousadas. A começar pela escolha do nome, que faz alusão ao hino do Flamengo, mas que busca inspiração na 3G Capital, maior fundo de investimentos brasileiro nos EUA, uma empresa de private equity pertencente aos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, que através da 3G adquiriram a Budweiser, o Burger King e a fabricante de ketchup Heinz. Este tipo de ousadia é a meta de inspiração do V3.

A intenção é de que o V3 Investimentos seja uma Sociedade de Propósitos Específicos (SPE) dedicada exclusivamente para a realização de investimentos em direitos econômicos de jogadores de interesse do Flamengo. Em outras palavras, é um sociedade anônima de capital fechado que se propõe a realizar investimentos exclusivamente na aquisição de direitos econômicos em jogadores profissionais, para colocá-los para jogar no Flamengo.

A captação de recursos esperada é de R$ 20 milhões, a serem aplicados em jogadores profissionais jovens que proporcionem rendimento técnico e esportivo ao Flamengo e possam render dividendos em transações futuras.

Com o investimento, espera-se proporcionar um elenco forte, competitivo e capaz de colocar o Flamengo em condições de conquista de todos os títulos que estiver disputando. O objetivo é eleger apenas jogadores que possam integrar de imediato o grupo de jogadores do Flamengo, sendo que não serão contratados jogadores com mais de 24 anos!

Entre as regras primordiais de funcionamento do V3: jogadores não serão transferidos antes de completar 1 ano de contrato, jogadores deverão ser sempre negociados antes de completar 3 anos de contrato (ou até 1 ano antes de encerramento do contrato assinado), e este investimentos poderão ser em regime de co-titularidade tanto com o Flamengo quanto com terceiros.

A parte do Flamengo: arcar com salários, luvas e encargos trabalhistas. A contra-partida rubro-negra: o Flamengo receberá uma taxa de vitrine pela venda de cada jogador, tendo direito a 25% dos ganhos da transação: 25% do resultado entre o valor bruto da venda menos o valor de aquisição.

Na teoria parece muito bonito, vamos ver na prática, na hora que os conflitos de interesse em torno dos jogadores contratados aparecerem, se a coisa de fato funcionará.

Um ponto fraco do plano: a gestão do V3 Investimentos será de Júlio Mariz, presidente do grupo Traffic, e com experiência na criação de outras SPEs para investimento exclusivo em direitos econômicos de jogadores de futebol. Depois de todos os problemas financeiros, judiciais e morais que o Flamengo enfrentou depois que a Traffic não honrou sua parte no contrato de Ronaldinho Gaúcho, é, no mínimo, ética e moralmente questionável qualquer associação do Flamengo com a Traffic e com o sr. Mariz.

Tenho sérissimas dúvidas quanto ao sucesso desta iniciativa, que na minha opinião está longe de ser revolucionária e que tem boas chances de culminar em conflitos de interesse entre investidores e o clube. Agora, o sucesso no futebol atual está altamente relacionado à capacidade de realização de grandes investimentos, vejamos se o V3 consegue suprir esta necessidade básica da Gávea.

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