sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Gestão Azul: Capítulo 5 - Prêmio extra por insistir em convicções

A pressão por contratações foi enorme durante o primeiro turno do Brasileiro, de todos os lados vinham vozes exigindo que a diretoria investisse pesado na contratação de jogadores. A diretoria resistiu e não contratou, arriscou, teve frieza mesmo quando a corda apertou no pescoço, endossou o comprometimento com suas diretrizes, correu muito risco, e recebeu um prêmio de bonificação.

Depois da saída repentina, surpreendente e abrupta de Mano Menezes, os gestores rubro-negros decidiram apostar em Jayme de Almeida como treinador, e promoveram Cantarele de preparador de goleiros para auxiliar técnico. O Flamengo estava prestes a enfrentar o Botafogo pelas quartas de final da Copa do Brasil e lutava para respirar na luta para se afastar da Zona de Rebaixamento.

Jayme mexeu no time. O time titular, no primeiro momento, passou a ser: Felipe, Leonardo Moura, Samir, Wallace e João Paulo, Amaral, Elias, André Santos e Carlos Eduardo, Paulinho e Hernane. Os primeiros resultados deram algum fôlego na luta contra o rebaixamento.

O tom das críticas recebidas está dado no artigo de Fernando Calazans, colunista do jornal O GLOBO, publicado em 22 de setembro de 2013: "Muita gente com anos e anos de estrada, muita gente que sabe quem é a bola, alertou a atual diretoria para a realidade do futebol: projetos de recuperação de finanças, de cortes de despesas absurdas, de equilíbrio econômico, podem ser bonitos, eficientes, indispensáveis. Mas, tratando-se de futebol, tratando-se de futebol brasileiro e tratando-se sobretudo de Flamengo, esses projetos são absolutamente desastrosos, inúteis, ordinários, se não vierem acompanhados de resultados positivos, ou ao menos razoáveis, no futebol. Porque se trata do Flamengo, senhores executivos de outras áreas. Pode ser injusto, pode ser ingrato, pode ser cruel - mas é como a banda toca no futebol. Em clubes com a torcida que o Flamengo tem, nem se fala. É assim - e pronto. A atual diretoria do presidente Bandeira de Mello e dos seus altíssimos e celebrados executivos, incluindo o vice-presidente Wallim Vasconcelos e o diretor de futebol Paulo Pelaipe, entrou no clube com a arrogância, depois com ingenuidade, pensou, imaginou e acima de tudo sonhou que o Flamengo ia ser Flamengo no campeonato com o timeco de quinta categoria que ela, a diretoria, formou. Sonho impossível".

O time passou pelo Botafogo, com uma implacável goleada por 4 x 0, três gols de Hernane. O time foi subindo de rendimento à medida que ia melhorando o desempenho de Paulinho, que foi deslocado da direita para a esquerda do ataque. O time perdeu Samir, lesionado. Também esteve desfalcado por alguns jogos do goleiro Felipe. Mas nada reverteu a recuperação da equipe. Jayme ainda optou por sacar João Paulo, colocando André Santos em sua posição de origem, e lançando Luiz Antônio no meio. Depois de eliminar o Botafogo, o time eliminou o Goiás, classificando-se para a final da Copa do Brasil contra o Atlético Paranaense.

Os titulares eram: Felipe, Leonardo Moura, Chicão, Wallace e André Santos, Amaral, Luiz Antônio, Elias e Carlos Eduardo, Paulinho e Hernane. Faltando três rodadas para o fim do Brasileirão, o time conseguiu livrar-se matematicamente de qualquer chance de rebaixamento. Mas o prêmio extra, e até semana antes totalmente impensável, estava por chegar. Um empate em Curitiba e uma vitória de epopeia por 2 x 0 no Maracanã. O Flamengo era campeão da Copa do Brasil e garantia assim vaga na Taça Libertadores de 2014. O título coroou as convicções da Gestão Azul, fechando 2013 com chave de ouro.

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