domingo, 31 de julho de 2016

Finanças do Flamengo continuam em franca recuperação!

O Flamengo publicou o Balanço Financeiro do 2º Trimestre de 2016. Abaixo estão as ilustrações gráficas comparativas com os últimos trimestres, com uma análise econômico-financeira detalhada. Como em todos os balanços trimestrais (sempre publicados 30 dias após o fim do exercício, já que não precisam passar por Auditoria, diferentemente do balanço anual, que sai 3 meses após o fechamento), a análise se debruçará sobre indicadores de estoque: Empréstimos de Curto Prazo, Dívida e Razão Dívida/Receita Anualizada (indicadores de estoque são um retrato de momento) e em indicadores de fluxo: Receita Total, Receitas Brutas do Futebol e Resultado Líquido (os indicadores de fluxo são crescentes no exercício, acumulando-se ao longo do ano até o resultado anual final).

As contas a pagar de curto prazo seguem relativamente bem, e os empréstimos seguem sendo o principal ponto de atenção. Mas as perspectivas futuras são muito boas, ainda que o volume com vencimento de curto prazo esteja elevado, há queda no total de empréstimos, e o volume com alguns credores foram quitados (caso da FERJ) ou quase todo quitados (casos da CBF e do Consórcio Maracanã).



O nível de receitas do Flamengo continua em viés de elevação por causa do aumento dos valores recebidos pelos contratos de TV com a Rede Globo. Porém, o negativo é a queda qualitativa que este aumento representa, pois as receitas de televisão representaram agora 59% das receitas do futebol. É preciso que haja injeção nas rubricas Patrocínio, Bilheteria e Sócio-Torcedor, para equilibrar qualitativamente as receitas. O caminho indica que as receitas em 2016 deverão ser ainda maiores do que em 2015 e pode-se projetar uma receita próxima a R$ 475 milhões no fim de 2016!


As receitas do futebol são naturalmente a principal responsável por este incremento, já que a receita de TV estava associada às transmissões do Campeonato Brasileiro.


A melhora mais sensível, já dita, foi com as Transmissões de TV, que tiveram um crescimento de 49,4% na comparação ano contra ano.


A receita com patrocínio, como já era esperado, frente à perda sem reposição de alguns patrocinadores, caiu na comparação frente ao mesmo período do ano anterior. É um problema que tem afetado a todos os clubes, mais que a uns que a outros. Dá para dizer que a posição do clube, frente às circunstâncias econômicas do Brasil, é até boa.


Em Bilheteria, apesar do Maracanã fechado, o Flamengo conseguiu crescer suas entradas. É negativo do ponto de vista desportivo,pelo evidente cansaço físico do time em função do excesso de viagens, mas do ponto de vista econômico, tem sido um sucesso!


Por fim, as receitas com o Sócio-Torcedor, que seguem apresentando queda frente ao ano anterior. O Flamengo já teve redução nos resultados de 2015 frente a 2014, e voltará a ter em 2016 frente a 2015. Só uma excelente campanha no Campeonato Brasileiro mudaria isto. A tendência é que no fechamento do ano, o Programa Nação Rubro-Negra tenha gerado algo entre R$ 27 e 28 milhões para os cofres rubro-negros. Ainda é um volume importante, mas que poderia estar um pouco melhor do que isto. Entretanto, apesar disto, a receita com Torcida (somando Bilheteria e Sócio-Torcedor) cresceu! Deve fechar 2016 acima de R$ 75 milhões. É um resultado que ainda pode ser melhorado, mas sem dúvida alguma já é um grande resultado se comparado ao desempenho de três ou quetro anos atrás neste quesito.






O Resultado Líquido segue um caminho de expressivo superávit, mostrando uma grande eficiência na gestão financeira do clube. Certamente repetiremos em 2016 um excelente superávit, assim como aconteceu em 2014 e 2015


Voltando aos estoques, a dívida do Flamengo voltou a cair! E relembrando o quão expressiva foi a queda, vale relembrar o histórico: no fim de 2012, a dívida era de R$ 715 milhões, no fim de 2013 estava em R$ 626 milhões (queda de R$ 89 milhões no ano), no fim de 2014 em R$ 577 milhões (queda de R$ 49 milhões no ano), e no fim de 2015 estava em R$ 481 milhões (queda de R$ 96 milhões no ano). Hoje a dívida é de R$ 410,4 milhões. Seria saudável que até o fim de 2017 ela se encontrasse ligeiramente abaixo de R$ 350 milhões, e dada esta evolução se vê como esta meta deverá ser cumprida.


A razão entre dívida e receita era de 3,6x no fim de 2012, passou a 2,4x no fim de 2013, para 1,7x no fim de 2014 e para 1,4x no fim de 2015. Agora, a receita anualizada representa 1,0x o valor da dívida. É uma mutação de um quadro de insolvência para a solvência. Excelente desempenho, aproximando-se da relação observada em clubes cujas finanças são consideradas exemplo, e que, não por coincidência, são os clubes que brigam na ponta da tabela do Campeonato Brasileiro na última década.


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