terça-feira, 27 de março de 2018

História do Pólo Aquático do Flamengo

O Pólo Aquático é o terceiro esporte mais antigo na história do Flamengo, com sua equipe masculina tendo sido criada em 1913. Em 1895 o Flamengo se fundou com o remo, em 1912 criou seu departamento de futebol, em 1919 criou seu departamento de basquete, e só em 1921 criou seu departamento de natação. A primeira partida do pólo aquático rubro-negro, ainda na Baía de Guanabara e não em piscina, foi no dia 27 de maio de 1913. O jogo foi na Praia de Santa Luzia contra o Internacional de Regatas, organizado pela Federação Brasileira das Sociedades de Remo, com o placar tendo terminado 3 x 2 a favor do Flamengo. 

Mas o clube nunca esteve na elite deste esporte na cidade do Rio de Janeiro. O pólo aquático, historicamente, sempre foi dominado no Rio pelo Fluminense. No total de Campeonatos Cariocas de Pólo Aquático disputados no Século XX, o Fluminense foi 24 vezes campeão, o Guanabara foi 11 vezes, o Botafogo 10 vezes e o Flamengo 9 vezes, mas todos os títulos conquistados em sequência entre 1985 e 1993.

O último título do Pólo Aquático Masculino foi o de Campeão do Troféu João Havelange de 1994, competição predecessora da Liga Nacional (disputada só a partir de 2008, com o time masculino rubro-negro sendo semi-finalista nesta 1ª edição). O clube foi ainda 5 vezes campeão da Taça Brasil Adulta no Masculino, em 1985, 1986, 1987, 1988 e 1993, e ainda se sagrou Campeão Sul-Americano Masculino em 1993.

O time Tetra-campeão Nacional de 1985 a 1988 era formado pelo goleiro Robert Voss, e pelos jogadores Hélio Frederico, Sérgio Figueiredo, André Caó, Solon dos Santos e Fernando Carsalade - este último o artilheiro e um dos maiores nomes da história do pólo aquático brasileiro - parte destes atletas tendo representado o Brasil nos Jogos Olímpicos de 1984 em Los Angeles, quando a Seleção Brasileira terminou com um 12º lugar.

As maiores conquistas rubro-negras no pólo aquático, no entanto, vieram no feminino, a partir do trabalho iniciado pelo técnico Antônio Canetti, que chegou ao clube em 2001. As sementes foram plantadas e a longo prazo germinaram, e em família, pois dentro da piscina os principais pilares das conquistas rubro-negras foram as três filhas do treinador, as "Irmãs Canetti".

Ciça, Manuela e Marina - as Irmãs Canetti

A Liga Nacional Feminina foi criada em 2009 como Troféu Olga Pinciroli. Semi-finalista em 2009, 2011, 2013 e 2014, vice-campeão em 2012, e campeão em 2010, o Flamengo marcou presença forte desde a primeira edição da liga, conquistando ainda o título de campeão do Troféu Brasil Adulto Feminino em 2011. Sua presença ficou ainda mais forte quando se sagrou Tri-campeão da Liga Nacional em 2015-2016-2017.

O título de Campeão Brasileiro de Pólo Aquático Feminino em 2010 foi conquistado no Parque Aquático Júlio de Lamare, no Maracanã. O time rubro-negro estava reforçado com uma campeã olímpica, a norte-americana Heather Petri, a ainda teve a neozelandesa Roberta Tarr. A campanha do Flamengo na conquista do título invicto, um pentagonal em que se enfrentaram todos contra todos: 9 x 7 Pinheiros, 12 x 11 Paulistano, 15 x 8 Paineiras do Morumby e 11 x 10 Botafogo. Depois de vencer os favoritos nas duas primeiras rodadas, o time rubro-negro assegurou o título antecipado com a vitória sobre o Paineiras. Cecília Canetti e Illana Pinheiro foram as artilheiras do Flamengo na competição, com 10 gols. Classificação final: 1º Flamengo (8 pontos), 2º Pinheiros (6 pontos), 3º Paulistano (4 pontos), 4º Botafogo (2 pontos) e 5º Paineiras (0 pontos).

O time campeão brasileiro de 2010: 1 – Manuella Canetti / 2 – Cecília Canetti / 3 – Illana Pinheiro / 4 – Marina Canetti (capitã) / 5 – Luiza Moraes / 6 – Tatiana Veloso / 7 – Mayra Sampaio / 8 – Carolina Mello / 9 – Luiza Jordy / 10 – Heather Petri / 11 – Bruna Couri / 12 – Victoria Chamorro / 13 – Roberta Tarr. Técnico: Antônio Canetti.

Quando se sagrou Campeão da Taça Brasil Feminina 2011 na piscina do Paineiras do Morumby, em São Paulo, o time rubro-negro se reforçou com a neozelandesa Lauren Sieprath e a norte-americana Erika Figge - artilheiro do time na campanha, com 10 gols - que se juntavam a quatro jogadoras convocadas à Seleção Brasileira, as irmãs Canetti e Tati Veloso. Flamengo e Pinheiros chegaram à final. Um jogo emocionante e cheio de alternativas. O 1º quarto terminou Fla 1 x 0 e ao fim do 2º quarto a vantagem no placar era de 4 x 0. No 3º quarto, o time perdeu Illana, machucada, e a vantagem ruiu; o quarto terminou empatado em 4 x 4. No 4º quarto, o time rubro-negro marcou o quinto, o gol do título, vencendo o jogo por 5 x 4, com 3 gols de Ciça Canetti e dois de Erika, incluindo o que garantiu o título, a 7 minutos e 19 segundos de cronômetro até o fim do jogo.

Depois do Pinheiros ter sido o campeão do Troféu Olga Pinciroli 2009, e o Flamengo o campeão em 2010, o time rubro-negro viu o time da capital paulista se sagrar tetra campeão nacional de 2011 a 2014, tendo numa das vezes, na edição de 2012, o Flamengo terminado como vice-campeão, derrotado pelo Pinheiros na final por apertadíssimos 11 x 10 na piscina do clube adversário na capital paulista. O time rubro-negro ainda tinha como suas principais peças a Illana Pinheiro e as irmãs Manuela, Ciça e Marina Canetti.


Para a competição em 2015, o time foi reforçado pelas norte-americanas Kelly Eaton e Lauren "Lolo" Silver. Uma briga política entre a Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos (CBDA) e os clubes fez com que o Pinheiros não disputasse o torneio em 2015. O Flamengo, aproveitando-se da ausência do rival, superou o Paulistano e se sagrou campeão da Liga Nacional Feminina pela segunda vez em sua história.

O título de Campeão Brasileiro de Pólo Aquático Feminino em 2015 teve a campanha rubro-negra no torneio triangular: 14 x 7 Botafogo, 8 x 9 Paulistano, e 16 x 5 Botafogo. O Paulistano acabou sendo surpreendido e derrotado pelo Botafogo (12 x 10), garantindo a classificação de Flamengo e Paulistano para fazerem a final, e cancelando o duelo entre ambos pela última rodada. A final aconteceu na capital paulista, e terminou com vitória rubro-negra por 10 x 6, três gols de Illana Pinheiro, dois de Marina Canetti e dois de Kelly Eaton. Samantha Rezende, Bruna Couri e Lauren Silver completaram o placar rubro-negro. Illana Pinheiro foi a artilheira do time na competição, com 14 gols marcados. Manuela Canetti foi escolhida a melhor goleira.


O time campeão brasileiro de 2015: 1 - Manuela Canetti / 2 - Cecília Canetti / 3 - Illana Pinheiro / 4 - Marina Canetti (capitã) / 5 - Kelly Eaton / 6 - Bruna Couri / 7 - Kayssa Martins / 8 - Lauren Silver / 9 - Samantha Rezende / 10 - Lorena Borges / 12 - Yandra Rodrigues / 13 - Mariá Borba. Técnico: Antônio Canetti.

Em 2016, os clubes assumiram a organização da Liga Nacional Feminina, que passou a se chamar Brasil Open. Agora com a presença do rival Pinheiros, o Flamengo repetiu o título do ano anterior, sagrando-se Campeão do 1º Brasil Open Feminino. Num torneio pentagonal, o Flamengo enfrentou cinco forças da cidade de São Paulo. Illana Pinheiro foi a artilheira da competição com 29 gols. Classificação final após a soma de pontos nas 3 etapas: 1º - Flamengo, 2º - Pinheiros, 3º - SESI São Paulo, 4º - Paineiras do Morumby, e 5º - Paulistano.


O título de Campeão do Brasil Open Feminino de 2017 veio após 10 vitórias em 12 jogos. Na 1ª Etapa: 15 x 7 SESI São Paulo, 12 x 9 Pinheiros, e 17 x 7 ABDA Bauru. Na 2ª Etapa: 14 x 8 SESI São Paulo, 19 x 6 ABDA Bauru, e 5 x 13 Pinheiros. As duas primeiras etapas foram na piscina do Pinheiros. A 3ª etapa aconteceu na Gávea, na piscina do Flamengo, e os resultados rubro-negros: 13 x 8 ABDA Bauru, 8 x 9 Pinheiros, e 12 x 5 SESI São Paulo. A fase de play-offs foi na piscina do SESI Vila Leopoldina, na capital paulista. Na semi-final, vitória por 16 x 6 no ABDA Bauru. Na final, em dois jogos, vitória por 11 x 9 no Pinheiros, e depois, jogando pelo empate para se sagrar campeão, outra vitória, 9 x 4, sobre o Pinheiros. O Flamengo teve 4 jogadoras escolhidas entre as 7 que formaram a Seleção do Campeonato: a goleira Manuela Canetti, Marina Canetti, Illana Pinheiro (escolhida a jogadora mais valiosa da competição) e Samantha Rezende (esta última revelação do Projeto Social de Pólo Aquático da Rocinha).

Illana Pinheiro

Na Liga Nacional de 2018, disputada na piscina do Botafogo, no Rio de Janeiro, o time do Flamengo fez sua estreia com derrota por 5 x 4 para o SESI São Paulo. Na 2ª rodada, nova derrota, perdendo por 9 x 5 para o Pinheiros. Nas duas rodadas seguintes, duas vitórias, por 16 x 6 sobre o Botafogo e por 10 x 7 sobre o ABDA, de Bauru. Terceiro colocado na fase de classificação, na semi-final o time rubro-negro enfrentou o Pinheiros e venceu por 6 x 5. Uma das peças fundamentais na vitória foi mais uma Ilana Pinheiro, que jogou pela primeira vez só na semi-final, aumentando o poder ofensivo da equipe. Na final, uma vitória relativamente tranquila, por 16 x 7, deu o quarto título nacional consecutivo para o Flamengo, mais uma vez campeão brasileiro feminino de pólo aquático. A jogadora escolhida como melhor do campeonato foi Samantha Resende. Flamengo, Tetra-campeão da Liga Nacional Feminina em 2018. Hegemonia nacional do time do técnico Antônio Canetti.

Em 2019, o pólo feminino do Flamengo perdeu a oportunidade de conquistar o penta-campeonato consecutivo, perdendo a final para o grande rival Pinheiros, assim como aconteceu nos anos seguintes. Neste período, quem acabou vindo a conquistar o título nacional foi o time masculino. Em 2020, a equipe conseguiu voltar a jogar uma semi-final, o que não acontecia desde 2008, e no ano seguinte deu um salto ainda mais expressivo.

O Flamengo foi Campeão da Liga Nacional Masculina de 2021. A campanha já começou imponente, com vitória por 9 x 5 sobre o Pinheiros. No complemento da primeira fase, vitórias por 16 x 5 sobre o Paulistano e 13 x 5 no Paineiras Morumby. Na semi-final, venceu ao Fluminense por 16 x 5, habilitando-se para fazer a final contra o Pinheiros, que venceu ao SESI São Paulo na outra semi-final. No jogo que valeu o título, o time rubro-negro voltou a se impor sobre o Pinheiros, vencendo por 7 x 5. O destaque da equipe foi o goleiro João Pedro Fernandes, escolhido como melhor jogador da competição, jovem mas experiente, com larga passagem no pólo aquático da Europa, onde atuou pelo Barceloneta, da Espanha, e pelo Novi Beograd, da Sérvia. Destacaram-se também nesta equipe campeã os goleadores Guilherme Gomes Neto, Bernardo Gomes e Alípio Nardaci, e dois estrangeiros, o espanhol Albert Español e o holandês Jesse Koopman. O time era comandado pelo técnico George Chaia.


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