segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Uma Guerra-Fria nos subsolos do futebol no Brasil

Alguns acontecimentos em torno dos dois maiores clubes de massa de São Paulo nas últimas semanas merecem a atenção da Nação. Pelo menos para refletir e ajudar na formação de opinião sobre as relações entre mídia esportiva, grupos de interesse e influências sobre a "estabilidade" do Mais Querido.
Como sempre, diante de tais argumentos aparecerão os inquisidores, com "argumentos em riste" e contra-argumentos conspiratórios. Por isso, antes de mais nada, é bom deixar claro que aqui não há nenhum xororô nem algum muro de lamentações. Sob o vermerlho e o preto nunca houve e nunca haverá espaço para coisas assim. E é isso, na pedra fundamental, o que nos dá nossa grandeza.
Isto posto, avancemos com a reflexão a que me propus ... mais uma argumentação em torno do que todos sabemos: "os paulistas não descansarão um só minuto enquanto não nos tirarem o posto de mais querido do Brasil, de clube de maior torcida do Brasil". São capazes de tudo, até de acabar com o futebol brasileiro, se assim preciso for.
Caímos então em dois gaúchos que encarnam o próprio protótipo desta Guerra-Fria que cresce nos subsolos do futebol no Brasil, com papagaios entre jornalistas esportivos e com uma força de capital econômico hegemônica na conjuntura nacional do século XXI: Tite e Scolari. Ambos alimentam ódio pelo Flamengo e já externalizaram este sentimento em diversas oportunidades. Tite chegou há pouco tempo a afirmar que "os dois últimos Brasileiros foram sujos" - será coincidência que o pensamento dele se aplique sobre os títulos da dupla Fla-Flu em 2009-2010? será detalhe que ele se esqueça que no título do São Paulo em 2007 aconteceu a mesma coisa nas rodadas finais (rival jogando com reservas)? será que ele se lembra do que aconteceu no título do Corinthians em 2005? Em todas as três perguntas, a resposta deveria ser "sim", afinal os rivais gaúchos, que ele conhece tão bem, foram atores que ora um ora outro estiveram entre os prejudicados.
Mas voltemos às últimas semanas... Scolari, depois de atacar verbalmente à Patrícia Amorim e à Gávea no episódio em que o clube tentou sua contratação em 2010, já deve ter descoberto que o Palmeiras que ele reencontrou ano passado já não tinha mais nada a ver com o que ele deixara em 2001. Quebrou a cara! Agora, enfrenta protestos da torcida, contra quem vocifera classificando de "atitude ridícula". Devias tomar um chá de humildade Felipe: talvez deverias voltar para teu chimarrão no Rio Grande para esvaziar a cabeça da prepotência e arrogância paulistas que foram plantados em ti.
E Tite no Corinthians? Nas últimas semanas conviveu com invasões ao treino, e após a derrota para o Santos com invasão de vestiário. Faz parte da pressão? Imagine qual seria a reação da "doutrina paulistanista" (sic.) que impera na imprensa brasileira se tivesse acontecido no Flamengo? O discurso tem sido: "faz parte da cultura do Corinthians"; deve ser a "Democracia da Fiel". Por acontecimentos muito menores na Gávea me lembro de diversas manifestações muito mais contundentes dizendo que o Flamengo é uma bagunça. Lembro uma coluna do "Craque Neto" (nome ridículo para quem só pode ter sido craque na cabeça de algum caipira translocado) no Yahoo, que nos tempos da dupla Adriano-Vágner Love escreveu "Flamengo é clube de várzea".
Clubes de massa como Flamengo, Vasco, Corinthians e Palmeiras não são elitizados como outros e sempre estarão expostos a irracionalidades partindo de um ou outro de seus torcedores (especialmente os ditos organizados). Estas imbecilidades tem que ser repudiadas sempre, ou o futebol vai se enfraquecer, como já se enfraqueceu por coisas similares diversas vezes no passado. E que assim sejam, independentemente de onde aconteçam. Mas, rubro-negros, fiquem ligados, porque há uma força poderosa tentando derrubar-nos e mais do que qualquer outro, perecisamos estar atentos e preparados para estes ataques. Os alicerces de nossa grandeza são fortíssimos e já resistiram diversas vezes a ataques similares. Mas jamais menosprezem o inimigo, pois este é o primeiro erro para grandes derrotas!
SRN. Marcel Pereira

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