quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sinais

Esta semana foi rica em matérias exaltando toda a cultura de ataque ao Flamengo e ao futebol do Rio de Janeiro (fatores que sempre tem correlação também a ataques à Rede Globo). São assuntos, todos eles, altamente relacionados à estrutura central do livro A NAÇÃO - COMO E POR QUE O FLAMENGO SE TORNOU O CLUBE COM MAIOR TORCIDA DO BRASIL.

Hélio dos Anjos, que vem fazendo belo trabalho como treinador do Atlético Goianiense, quando questionado sobre a dificuldade que tem em se firmar em times grandes do futebol brasileiro atacou ao Flamengo (matéria em 05/out no Globoesporte.com): "não vendo minha alma (...) todo mundo viu o que foi o Flamengo de 2009, terminou em quê? Terminou nesse goleiro (Bruno) aí preso. E aquilo ali foi o fim". Essa foi a argumentação dele para argumentar que o jeito dele (supostamente franco, como ele diz) não dá certo em "determinadas estruturas".
Quem se preocupou em lhe dar resposta foi Marcos Braz, ex-diretor de futebol rubro-negro, pelo qual não nutro muita simpatia, mas que foi extremamente feliz em respondê-lo quando disse que "Esse rapaz cultiva o ódio do Flamengo há muito tempo. É algo conhecido, notório e a maior pérola foi falar que a torcida do Flamengo em Goiás deveria ter vergonha". Mas é ingenuidade achar que isto está restrito a uma pessoa. Recentemente citei aqui as palavras de Tite falando que os Brasileiros de 2009 e 2010 foram "sujos". Há toda uma linha de raciocínio, alimentada pela mídia paulista, por trás destes preconceitos direcionados.

No dia seguinte (06/out) uma nova matéria, esta na Folha de São Paulo (na Folha Online), trazia novos sinais deste pensamento orquestrado. A matéria principal tinha o título "Clubes com CTs pomposos penam, e times com carências 'voam'". Os times com estrutura pomposa a penar citados eram Atlético Mineiro, Atlético Paranaense e Cruzeiro - três dos cinco últimos na tabela da Primeira Divisão de 2011 - e mais o Goiás - que não consegue estar no G4 da Segunda Divisão de 2011. Os times com carência que voam, pela matéria: Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo e Corinthians (puseram um paulista para fazer média e camuflar o objetivo principal). Marcelo Segurado, diretor de futebol do Goiás, "Esses clubes que não estão investindo em estrutura e que pagam salários absurdos a jogadores terão problemas. O bom momento pode ser efêmero. São times que não têm campo para treinar. Veja a dívida do Flamengo, a do Fluminense".

Tá aí potenciais bons leitores para A NAÇÃO. Especialmente para lerem "Anos de Martírio" e "Anos de Reconstrução". Nestes capítulos, em especial, iriam entender melhor a grave crise estrutural da cidade do Rio de Janeiro e, por conseguinte, do futebol carioca. Tendo lido, iriam aprender melhor a separar certas coisas e a entender melhor o que é o que. Não há a estupidez de se negar os problemas graves que foram enfrentados, tampouco há a estupidez de se acreditar que as coisas sempre foram assim e sempre serão. Muito menos taparíamos os olhos para a monstruosidade feita por aquele que, por acaso naquele momento da vida dele defendia o arco do Flamengo. Ou as fotos de Adriano erguendo armas junto a traficantes, e Vágner Love escoltado por traficantes. Imbecilidade é misturar uma coisa com outra para atacar a instituição. Mas não sejamos ingênuos, não é coisa de imbecil, muito pelo contrário, é coisa orquestrada.

E para colocar a cereja final, o IBOPE lança pesquisa afirmando que as torcidas de Flamengo e Corinthians estão empatadas nas 9 maiores Regiões Metropolitanas do país. A imprensa logo solta rojões para dizer que "os paulistas estão chegando". Ignoram, não por ingenuidade mas por orquestração, que a pesquisa se refere ao consumo de produtos de futebol e não à quantidade de torcedores; e que está restrita a 9 metrópoles, não é o retrato do país. Os tamanhos estariam empatados? Não estão!
A torcida do Corinthians, fora de São Paulo, só tem expressão no Paraná. O Flamengo é um fenômeno nacional. É verdade que a força econômica de São Paulo, capital, mas também interior do estado, favorece os corinthianos na capacidade de captar recursos. Mas não é uma questão só de renda, pois não vamos nos esquecer que há muitos anos o Flamengo lidera com folga o ranking de contratação de partidas em pay-per-view.

Pode ser que um dia o Flamengo seja ultrapassado, afinal é inegável que a pujança econômica de São Paulo tem um poder de influência nos rincões do país muito maior e o Rio de Janeiro de hoje já não tem mais a influência que teve outrora. Mas com certeza absoluta, analisando todas as centenas de pesquisas feitas nas últimas décadas: ainda falta muito tempo para o rubro-negro da Gávea ser destronado neste quesito.

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