quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Por quem os sinos tocam?

Lutando, porque eles estão certos. Sim, mas quem pode dizer?
O tempo marcha. Por quem os sinos tocam.
Há horas para provar quão fortes são nossas crenças!

Por quem os sinos estavam tocando? Situação? Oposição? Eurico Miranda? Federação? Era preciso se dar tempo ao tempo para saber. Mas eles estavam tocando. E tão fortes, que todos já tinham escutado!

Nunca foi fácil e muito menos foi simples para se fazer uma revolução. Só é possível para aqueles que sejam emocionalmente fortes. Só é possível para aqueles que sejam persistentes. Não se pode desistir facilmente, até porque do outro lado nunca haverão oponentes que estarão dispostos a desistir facilmente.

Não resta dúvidas que entre 2013 e 2015 a Gestão do Flamengo conseguiu impor algumas revoluções. Foram muitas suas batalhas vencidas internamente. Não fazia tanto tempo que um de seus grupos opositores, este ligado a Capitão Léo e a Gonçalo Veronese, comemorou um vitória num dos embates da Política Interna fazendo xixi, sim, literalmente mijando, dentro do auditório. Foi preciso muita persistência. Então, nomes como Peruano, líder de torcida organizada, deixaram de frequentar os noticiários.

No dia no qual impediu-se a candidatura de Wallim Vasconcelos, no fim de 2012, houve muitos que acreditaram num golpe no grupo político que recém se apresentava. Ao invés de sair enfraquecido, o grupo saiu fortalecido. Logo depois emergiu o nome de Eduardo Bandeira de Melo para atender às exigências estatutárias usadas como armas de enfraquecimento das novas idéias. Eleição vencida e todos já sabiam que ali se iniciava um capítulo novo, não era retórica. Restava aguardar e entender qual seria o final.

Foram muitos encontros e desencontros. Saiu Flávio Godinho, e muitos enxergaram ali um sinal de que não existia tanta coesão quanto se pregava. Obtenção de CNDs, camisa cheia de patrocínio, aceleração do Sócio-Torcedor, título da Copa do Brasil, reduções subsequentes da dívida do clube. Pequenas revoluções administrativo-financeiras em marcha. Então, pressões derrubaram Wallim Vasconcelos como vice de futebol. "Os carecas" estariam se perdendo, já não falavam a mesma língua. Seria a brecha para derrubá-los. A eleição do Conselho Deliberativo em 2014, convocada pelo ex-aliado Delair Dumbrosck, seria decisiva. A situação venceu com emblemáticos 66% dos votos. A maior das guerras internas foi vencida.

Mas o caminho ainda era longo. Desde o início de 2014 já vinham ataques externos partidos da FERJ. O presidente da Federação do Rio, Rubens Lopes, mostrava suas garras. Capitão Léo já passara a comandar o Conselho Fiscal da FERJ. Faltava uma peça no entanto. Eurico Miranda então ganhou a eleição no Vasco, substituiu Roberto Dinamite, e influenciada nos bastidores por ele, a FERJ voltou a ser o campo de batalha de outrora. A Guerra Interna passou a uma Guerra Externa. Estaria este grupo político preparado para ela? A turma parecia bem preparada para a briga. Emitiu notas firmes. Não fugiu do embate e foi de corpo presente à Federação. Prejuízos do trio Vasco-Botafogo-Fluminense na 1ª rodada, interferência política do Governo do Estado. A FERJ cedeu. Mais uma batalha parcialmente vencida.

A primeira grande batalha externa, no entanto, deixou marcas. Os desencontros de opinião entre Jurídico e Marketing levaram Luiz Eduardo Baptista, o BAP, a desligar-se da Vice-presidência de Marketing. Não foi qualquer baixa. Logo na primeira vez em que Eurico Miranda "bateu pra valer no Flamengo", conseguiu muito. BAP foi o principal articulador deste grupo político desde o princípio. Em fevereiro de 2013, em entrevista à ÉPOCA Negócios, ele foi enfático: "O Flamengo terá a maior arrecadação do Brasil. Ponto. Podemos ter dúvida de quando. Mas vai ser em 2014". Os números oficiais ainda não tinham sido divulgados, mas as prévias indicavam que missão dada, foi missão cumprida. O Flamengo em 2014 teria desbancado Corinthians e São Paulo, e pela 1ª vez desde que a turma da área de negócios passou a monitorar isto, tido a maior receita do Brasil.

Restava uma dúvida porém. Era uma saída como a de Wallim, que continuou ativamente como parte do grupo? Era uma substituição de peças como a troca de Wallim por Bandeira no encabeçamento da chapa? Era um racha com desdobramentos para a eleição do fim de 2015? O que não se pode é se desvirtuar dos princípios básicos conquistados no biênio 2013 e 2014: transparência na gestão financeira e eficiência nas contas. O que não fosse capaz de derrubar estes pilares, seria passageiro. Lá atrás, a história toda se iniciou com uma expectativa de enfraquecimento que foi revertida em fortalecimento. Era o que seria novamente visto? Afinal, por quem os sinos tocavam?

Nenhum comentário:

Postar um comentário